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São Cristóvão: o testemunho do desejo em servir que leva a Jesus Cristo

Por Rádio Catedral

São Cristóvão Foto: Marcus Guerra/Paróquia São Miguel e Almas


Nesta quinta-feira (25), a Igreja Católica faz memória de São Cristóvão, o padroeiro dos viajantes e motoristas. Várias comunidades em Juiz de Fora e em cidades do território arquidiocesano.


Para entender o testemunho do homem forte que queria prestar serviço para o rei mais poderoso do mundo, a Rádio Catedral conversou com vigário paroquial do Santuário São Miguel e Almas, de Santos Dumont, Padre Bill Jonatas. Ele conta como esta busca levou o santo até Cristo.




Um eremita sugeriu que ele morasse perto das margens de um rio, que era perigosas, e se colocasse a disposição para ajudar as pessoas a atravessá-lo. Padre Bill destaca que Cristóvão não se deu conta de como transportou Jesus em todos que auxiliou. Por isso, ele se tornou intercessor dos motoristas e de quem viaja.




Após ser denunciado como cristão, Cristóvão foi preso, torturado e martirizado em 25 de julho em Anatólia, na Lícia.





Celebração na Arquidiocese de Juiz de Fora


Em Santos Dumont, começa nesta quinta (25) a festa na comunidade São Cristóvão, em Peroba, na área rural, com procissão às 19h e missa às 19h30. A programação continua com terço mariano às 19h e missa às 19h30, até domingo (28), quando está prevista carreata


Em Rio Preto, a comunidade na área rural São Cristóvão terá missa nesta quinta às 17h. Em São João Nepomuceno, a comunidade na rua Frederico Ozanan, 783 no Bairro São Cristóvão terá hoje com procissão luminosa, missa e festa social. A programação continua até sábado (27).


Também no sábado, será a festa na área missionária São Cristóvão em Santa Barbara do Monte Verde. A missa será às 19h na quadra do Morrão no Bairro São Cristóvão.


Em Juiz de Fora, no Bairro Centenário, a festa do padroeiro tem ainda duas missas: as 15h e 19h30, seguida de funcionamento de barraquinhas na capela na Rua Domingos Sávio, 553.


No Bairro Jardim de Fátima, os devotos começam nesta quinta o tríduo, com procissão e festa social. A programação termina no domingo (28), com missa festiva, carreata e almoço solidário


Em Pirapetinga, zona rural de Juiz de Fora, o padroeiro será celebrado no dia 3 de agosto, no galpão da comunidade com procissão às 18h, missa às 18h30 e leilão de prendas e bezerros.


História de São Cristóvão

Fonte: Vatican News


A figura mais frequente de São Cristóvão é representada por um gigante barbudo, que carrega o Menino Jesus nos ombros, ajudando-o a atravessar um rio; o Menino segura o mundo nas pontas dos dedos, como se brincasse com uma bola. Esta imagem remonta a uma das lendas hagiográficas mais famosas sobre a vida do Santo, martirizado em 25 de julho em Anatólia, na Lícia. Segundo esta tradição, seu verdadeiro nome era Reprobus, um gigante que queria prestar serviço ao rei mais poderoso do mundo.


Ao chegar à Corte de um rei, que achava ser invencível, pôs-se ao seu serviço. Mas, certo dia, percebeu que o rei, ao escutar o canto de um trovador que falava do diabo, fez o Sinal da Cruz. Então, perguntou-lhe porquê. E o rei lhe respondeu que tinha medo do diabo e que todas as vezes que o ouvia falar em seu nome, fazia o Sinal da Cruz para buscar proteção.


Desta forma, o diabo pôs-se a procurar o diabo, que pensava que fosse mais poderoso que o seu rei. Não demorou muito e o encontrou; assim, pôs-se a servi-lo e a segui-lo. Porém, um dia, passando por uma rua onde havia uma cruz, o diabo desviou seu caminho. Então, Reprobus perguntou-lhe porquê havia agido desta maneira. E o diabo foi obrigado a admitir que Cristo tinha morrido na Cruz; por isso, diante da Cruz, tinha que fugir de medo.


Por fim, Reprobus deixou o diabo de lado e pôs-se à busca de Cristo. Certo dia, encontrou um eremita que lhe sugeriu construir uma cabana às margens de um rio, cujas águas eram perigosas, e colocar-se à disposição das pessoas a atravessá-lo, uma vez que tinha uma estatura gigantesca.


Um belo dia, o bom gigante ouviu uma voz de criança, que lhe pedia ajuda: era um menino que queria atravessar o rio. Então, o gigante o colocou sobre os ombros e o carregou para o outro lado daquele rio perigoso. Enquanto fazia a travessia, o peso daquela criança aumentava cada vez mais, tanto que, com muito custo, conseguiu chegar à outra margem. Lá, o menino revelou sua identidade: era Jesus e o peso, que havia carregado, era o do mundo inteiro, salvado pelo sangue de Cristo.


Esta lenda, além de inspirar a iconografia ocidental, fez com São Cristóvão fosse invocado como Padroeiro dos barqueiros, peregrinos, viajantes e motoristas.


Um Santo cinocéfalo

No Oriente, São Cristóvão é, geralmente, representado com a cabeça de cão, como testemunham muitos ícones existentes em São Petersburgo e Sofia. A iconografia do santo cinocéfalo, segundo alguns, demonstra que se trata de um culto surgido em âmbito helênico-egípcio, com clara referência ao culto a deus Anúbis. Outra hipótese seria ainda bem mais plausível e complexa: Reprobus se teria alistado no exército romano e se teria convertido ao cristianismo com o nome de Cristóvão. Ao ser denunciado pelo seu apostolado entre os pelotões, foi conduzido diante de um juiz que fez todas as tentativas para que renunciasse a Cristo; tendo resistido, foi, por fim, decapitado. Logo, Cristóvão “carregou Cristo” em seu coração até ao martírio, como o jumento carregou Cristo a Jerusalém, no dia de Ramos.


Por este motivo, ter-se-ia difundido no Oriente, inicialmente, o costume de representar Cristóvão com a cabeça de jumento, que, depois, teria mudado para uma cabeça de cão. Trata-se, porém, de uma iconografia existente no âmbito cristão, sem nenhuma relação com cultos pagãos.


Protetor da vista

Segundo a Lenda Dourada, o martírio de Cristóvão aconteceu em Anatólia, na Lícia. O Santo resistiu às torturas com hastes de ferro e metal incandescentes. Até as flechas que lhe atiraram, ficaram suspensas no ar; uma delas, voltou e transpassou o olho do soberano, que lhe havia ordenado o suplício. Assim, o rei mandou decapitar Cristóvão. Mas, antes de morrer, disse-lhe: “Banhe os olhos com o meu sangue e ficará curado”. O rei recuperou a visão e se converteu. Desde então, São Cristóvão foi invocado contra as doenças da vista.

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