Por Fabíola Castro
A Polícia Civil informou, por meio de sua assessoria, que prorrogou o prazo para conclusão do inquérito que investiga a morte de um motorista na garagem da empresa de ônibus Tusmil, em Juiz de Fora. Francisco Venâncio Pereira Filho, de 62 anos, morreu após ser atropelado por um coletivo no dia 4 de junho.
Segundo o delegado responsável pela apuração, Rogério de Mello Franco Assis Araújo, o motorista que conduzia o ônibus no momento do acidente foi ouvido assim como demais envolvidos. Ainda conforme as informações da Polícia Civil, outras pessoas também foram intimadas a prestar esclarecimentos e o laudo pericial que analisa a causa do acidente e as condições do veículo envolvido ainda não ficou pronto, sendo assim o prazo foi prorrogado em 30 dias. As investigações prosseguem.
Perícia Particular da Tusmil
No momento do acidente, conforme as informações divulgadas, o ônibus desceu de ré, atingindo e levando a óbito o motorista. A empresa Tusmil, que faz parte do consórcio Manchester, divulgou no mês de junho um laudo que atesta que o ônibus que atropelou e matou o motorista Francisco Venâncio não teve pane nos sistemas de freios. O documento é resultado de perícia particular.
PJF decide pelo rompimento do contrato com o Consórcio Manchester
Em 15 de junho, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) divulgou que o contrato de concessão de serviço de transporte público com o Consórcio Manchester teve a sua caducidade decretada após a assinatura do decreto 15312/2022.
Já no dia 27 do mesmo mês, a Prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão, anunciou que indeferiu o pleito da Tusmil para que a decisão da quebra do contrato entre a empresa e a Prefeitura fosse revertida. Segundo a chefe do Executivo juiz-forano, a rescisão se deu pela má qualidade dos serviços prestados pelo Consórcio.
Confira também: Consórcio Manchester entra com recurso contra decreto de caducidade de contrato com PJF.
Segue situação incerta quanto ao transporte público de Juiz de Fora.
Laudo da Tusmil atesta que ônibus que atropelou e matou motorista não teve problemas nos freios.
Prefeitura de Juiz de Fora decreta fim do contrato com o Consórcio Manchester de transporte coletivo.
Procuradoria do Trabalho abre inquérito sobre morte de motorista na garagem da Tusmil em JF.
Comitê Municipal de Trânsito de JF se reúne para discutir morte de motorista na garagem da Tusmil.
Nesta última segunda-feira (4), o Consórcio Manchester divulgou uma nota sobre "a crise no transporte público coletivo da cidade", na qual a Tusmil informa:
Este ano, o sistema de transporte coletivo urbano (que envolve os consórcios Manchester e Via JF) recebeu da Prefeitura um total de apenas R$ 2,7 milhões a título de subsídio. Porém, segundo cálculo da própria Administração Municipal elaborado em abril, o prejuízo do sistema, apenas nos três primeiros meses de 2022, já estava em mais de R$ 5 milhões. Enquanto a Tusmil apurou que na verdade o prejuízo passa dos R$ 15 milhões (janeiro a março).
Considerando apenas os cinco primeiros meses de 2022, de janeiro a maio, o prejuízo ultrapassa os R$ 20 milhões para o sistema de transporte coletivo urbano da cidade. Veja a planilha que, em maio, coloca o valor da tarifa em R$ 4,82, podendo ser bem maior se se levar em consideração os constantes aumentos de peças, serviços e combustíveis. Sem contar todo o prejuízo do período da pandemia que, se fosse considerado no cálculo, poderia fazer a tarifa necessária para reequilibrar financeiramente o contrato de concessão ultrapassar os R$ 7,00 hoje.
Já se passaram seis meses e até agora a Administração Pública ainda não apresentou novos cálculos nem pagou o subsídio devido. Para manter a tarifa congelada desde 2019, a Administração Municipal precisa cumprir com suas obrigações contratuais.
A Tusmil ressalta também que o prejuízo em função do desequilíbrio das linhas com o Consórcio Via JF ainda não foi ajustado como deveria.
Portanto, a causa de todos esses transtornos é o descumprimento do contrato de concessão por parte da Administração Municipal, impedindo que a Tusmil cumpra adequadamente com sua parte.
O decreto de caducidade do contrato com a Tusmil vem dificultando a negociação para obter, junto a fornecedores, insumos e materiais (peças, acessórios, pneus etc.), necessários para manter a operação das linhas.
O Consórcio Manchester já trouxe a solução - que é imediata -, caso a Prefeitura cancele o decreto de caducidade e aceite a negociação feita pela Tusmil com um grande grupo nacional do ramo de transporte, que se compromete a assumir os ativos e passivos da empresa, além de investir na atualização da frota para melhoria da prestação do serviço. A Tusmil pede sinceras desculpas à população pelos transtornos e reforça seu compromisso e empenho para que Juiz de Fora tenha um transporte público com a qualidade que os usuários merecem. Assim como sempre fez, nos últimos 60 anos de prestação deste serviço.
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